quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Anos Dourados



Franco Andrei, Michela Roc, Sandro Moretti, Rossana Galli – pouca gente com mais de 30 anos esqueceu desses nomes. Para quem lia fotonovelas, eram tão conhecidos quanto os de Brigitte Bardot ou Alain Delon. Quem os trouxe pra o Brasil – alguém sabe? – foi Micheline Gaggio Frank. Nascida em Paris, ela vivia em Buenos Aires, casada com um austríaco, quando em 1950 conheceu Victor Civita, proprietário da editora Abril. A convite dele, veio para São Paulo editar a Capricho, lançada em junho de 1952 com traduções das famosas fumetti italianas. A revista teve oito edições no tamanho do Pato Donald, mas o sucesso foi tanto que o tamanho e a tiragem aumentaram. Os anos de ouro da fotonovela foram até o fim dos anos 60, quando entraram em cena as telenovelas. Para Micheline, “o romantismo saiu perdendo com isso”. Mas esclarece: “Não sou saudosista. Mas as pessoas atualmente não desfrutam mais o amor como ele é. O coração não dá mais pulos, tudo é materialista”. Quando acabaram as fotonovelas, ela passou a secretária de redação de Claudia e atualmente edita a revista Horóscopo. Parar? Ah, isso não quer de jeito nenhum. Aos 60 anos, viúva, vivendo na companhia apenas do pincher Joca (“um neurótico”, conta). Micheline considera-se uma romântica incorrigível. Sábia anônima, modesta, tem um lema de vida – aliás muito apropriado a este Brasil 88: “Somente as pedras não sobem à tona quando caem no fundo de um poço”.
                                                            
                                                                     (AZ – Maio de 1988)

Um comentário:

  1. Olá!
    fiz um blog em 'homenagem' ao Caio também.. se quiser dá uma olhadinha lá.

    www.abracetualoucura.blogspot.com

    ResponderExcluir